
Lembro como se tivesse sido ontem a noite, o finalzinho de
tarde que encontrei aquelas pernas
grossas, dentro de uma bermuda Jeans, cabeça praticamente raspada e um leve
sotaque da região Nordeste do país.
Estávamos em 2007 e eu acabara de dar para um mlk-galo. (
mal meteu e já gozou). Assim que saí do cubículo, insatisfeito, voltei à campo para conferir as possibilidades que
anulara, escolhendo alguém por afobamento.
A experiência realmente é tudo.
Aquela voz ecoa perto de mim e senti meu corpo todo
estremecer. Talvez de raiva ainda da situação que passara, ou talvez, de
nervosismo, ansiedade. Eu era uma ninfa em processo de descoberta. Fiz a fraca e dispensei o boy fisicamente.
Tomei o rumo de casa, mas na cabeça, a certeza que eu deveria ter ido me
atracar com ele no primeiro pulgueiro que aparecesse. Como não levo dúvidas pra
casa, fiz a louca e voltei para encontrá-lo. Ele não mais estava. Meses depois,
o encontrei e pasmem! Não reconheci a figura. Nos cumprimentamos e quando
começamos a conversar, aquela voz foi me conduzindo àquele fim de tarde e aos
poucos, os dois se deram conta que já haviam conversado antes. Ele foi um dos
meus primeiros. Foi o primeiro que chupou meu koo, que me beijou na boca. Tive
relação com alguém do mesmo sexo muito tardiamente. Embora tivesse muito
desejo, faltava coragem em maiores proporções.
Fomos transar, enfim. Seu pau é absurdamente grosso, mas o
tesão que sentia por ele era tanto, que quando me dava conta, já estava saindo
do pulgueiro, todo serelepe como alguém que acabara de se deliciar com o doce
favorito.
E assim, passamos: 2007, 2008...Em 2009, eu me dei conta que
estava apaixonado. Ele, percebendo isso, começou a tirar proveito, inventando
coisas, fazendo o pidão. Nos afastamos e nos reencontramos em 2013. Ele casado
com uma mulher mais velha e eu, explorando outros corpos, tons de pele, sotaques,
mas, por vezes, ainda o tinha como referência de boa transa. Transamos mais uma
vezes e apesar de não ser mais como antes, ainda colocava no chinelo muitos
inéditos que peguei nesse tempo. Nos perdermos de novo e nos reencontramos em
2016. Ainda casado e com um filho. Na ocasião eu estava acompanhado de um amigo
e confesso que o tesão bateu na hora, mas não o suficiente para me fazer, como
em tempos outros, deixar meu amigo de lado e ir me esfregar. Trocamos contato e
em seguida, marcamos para um dia próximo. Na hora amrcada, ele me manda
mensagem, dizendo que havia desistido, pois fazia tempo que não tinha nada com
outro cara e que continuaria assim. Então ta. Deixei quietinho nos contatos e
semana passada, após uma pequena crise com a bola da vez, decidi investir nele,
para ver se ainda me renderia uma boa aventura sexual.
EU ESTAVA ENGANADO
Marcamos pro mesmo dia, às 17h. Atrasei um pouco, coisa que
detesto, mas assim que cheguei, ele estava bonito, mas até pelo tempo não
éramos mais as mesmas pessoas.
O levei em um local bem reservado para ficarmos bem a
vontade.
Ainda vestidos, me abraçou como sempre fazia, me jogando na
cama e começamos a nos pegar. Eu estava diferente. A calça Jeans revelou uma
boxer vermelha, mas a camisa revelou uma barriga com pelos, que por pouco, eu
não caí na gargalhada.
O TEMPO FECHOU
Os minutos seguintes serviram para eu procurar coisas
negativas, que justificassem a minha indiferença por aquele corpo nu, fora de
forma, àquela boca sem muita relevância. Tudo isso em meu pensamento.
Pensamento este, que já tinha se convencido que nada daquilo adiantaria, pois
entre os dois, nada mais faria sentido. Fiz a puta e me entreguei, em corpo.
Sua boca em meu peito, não tinha mais o mesmo efeito. No meu
koo, era uma confusão de sensações. O tesão era em nível desconsiderável. Tirou
a cueca e aquele pau grosso, estava tão peludo, que pensei em não me aventurar.
Mas já estava de joelhos mesmo...
Ficou duro. Deitei de bundinha pra cima e ele veio por cima.
Esfrega, beija, esfrega, lambe e a demora me fez entrar em alerta: estava de
pau mole.
BROXOU, AMOR, CALMA, NÃO PRECISA ANSIEDADE.
Fui terrível, eu sei e paguei o preço por isso. O tempo agia
contra nós. Pois já se aproximava o final do período no hotel. Ele estava
visivelmente envergonhado e tentava a todo custo, fazer aquele defunto ressuscitar.
Mamei, fiz prece, e por fim, desisti. Até eu estava broxa a esta altura, quando
ele solta: “ Se eu chupar você goza?”
- Oi?
“Se eu chupar o rabinho.”
Os diálogos seguintes, são previsíveis.
“ Desculpa, mas eu não
saí da minha casa pra vir aqui pagar hotel, me esfregar com você e gozar me
masturbando. Eu posso muito bem fazer isso na minha casa”
“ Você não entende...já broxei alguma vez com você”?
“Não, até hoje. Mas isso
é normal. Acontece com todo mundo. Fica em paz”
“ Você vai me dizer em seguida que foi nossa última vez”.
“ Não falei nada, mas
se você sente isso...” Finalizei enquanto me vestia.
Vestiu-se e sussurrou indiretamente para eu ouvir:
“ Da próxima vez você goza nem que eu tenha que fazer
passivo”.
Eu poderia ter contornado e comido aquele rabo branco e
carnudo. Mas pensei nas questões de higiene.
Saímos juntos e no carro, ainda conversamos. Ele disse que
eu tava sendo injusto, na forma como reagi no quarto e que eu havia esquecido o
total de anos e relações sexuais boas que tivemos.
Fiz a falsa e disse que não estava bravo, que ele estava
vendo coisas, por ter ficado envergonhado de “ter broxado”. Disse-lhe também,
que na verdade, com o tempo, eu aprendi a não mais aceitar que me fizessem
qualquer coisa na cama, apenas para gozar.
Nos despedimos e ele meio tristonho, disse que lamentava que
eu estivesse jogando fora toda a nossa “amizade” e tempo bom.
De lá para cá, não trocamos mais nenhuma palavra.
Eu poderia ter contornado a situação e feito ele ir embora
feliz?
Poderia.
Mas com tal atitude, ele aprenderia a ser mais zeloso e dar
o devido valor ao que gastamos em hotéis da vida e por vezes, nos submetemos às
migalhas que eles tem a nos oferecer?
Não aprenderia.