segunda-feira, 13 de julho de 2020


         NÃO ERA BOY, ERA CILADA!



Não costumo ir em local de boy, por regra. Há inúmeros motivos pelos quais não me arrisco. Estes vão desde a segurança, questões de privacidade e a zona de conforto do boy: Costumo pensar, ele que é o boy, ele que lute. Isso quando não me distraio.
Não saio com boys de site, por regra. Eu sei e vejo, conheço boys, sei de todo o acervo de truques para tornar algo possível. Não preciso entrar nesses detalhes, confio no seu poder de inferir, caro leitor. Nem todo mundo é dotado, mas por outro lado, quem não o é, não costuma exibir o pirulito adquirido da cesta da vendedora das noites de sábado. Há sempre um jeito de deixa-lo escondidinho, para na hora exata, esfregar na sua cara, te fazendo lembrar das barras de lindt que deixara pra lá.

Mas eu estava fora, além das perfeitas faculdades mentais, estava  em outro estado. Se eu estivesse no meu juízo normal, que geralmente já nem é lá essas coisas, teria feito bolo e dormido, mas, eu repito sempre para mim mesmo: “ Quem quer, faz, quem não quer, pede para outrem fazer”.
Os alertas não foram poucos: Abri o grindr e um perfil chamava atenção. Estava perto, eram fotos caprichadas, quase perfeitas. Era dotado, havia nudez sem o menor sinal de perninha virada ou foto tirada em ângulo que desse a impressão de amplitude. “ Ta no grindr, é poc” pensei. Fechei. Me senti na rede social depois de uma pesquisa sobre determinado produto. Todo site ou app específico que eu abria, lá estava ele. Olhei, examinei e para que eu ficasse mais confusa, as fotos nem eram exatamente as mesmas, em locais diferentes. Variavam. Fui passear, caçar, me distrair. Esqueci o boy.
Ao cair da noite, sabe aquele momento que não faz mais diferença, você fazer qualquer coisa ou simplesmente dormir? Eu poderia simplesmente ter feito bolo e dormido, ou ter ido dar motivo para ser assaltada na pracinha, mas não: Eu queria ter o que contar, eis aqui.
Como um adolescente rebelde, refaço todo o caminho de mais cedo. Ele estava lá. Disponível. Só depois, eu fui entender, como um boy daquele estava disponível o tempo todo. Usou seu poder de inferir?
Uma mensagem. Vai pelo Grindr mesmo, eles todos empreendem em tudo quanto é aplicativo. Sei.
Para me certificar, já pelo WhatsApp, pedi uma foto instantânea, sem tratamento, para ir sem medo.  Jamais se atreva a tentar afastar, a única coisa que te protege: A tua consciência. Se quando estiver perto de tomar uma decisão e aquela voz, ao fechar dos olhos por alguns segundos, te deixar dúvida, não o faça.
A foto chegou. Não bastou. Era confusa, ele demonstrou não querer [ poder]se mostrar como exatamente era. A foto tinha um truque, ele não aparecia completamente, mas eu já o tinha idealizado. Tudo combinado e fui.

AINDA TIVE TEMPO...

Já perto da tocaia, ele me mandou mensagem dizendo que estava na entrada do prédio. "Prédio de michê"...Estaria eu na Bela Vista?
Ja próximo, mas ainda na rua, a minha consciência falou bem baixo: "Olha lá a poc, ainda da tempo, faça a louca e dê meia volta".  Eu ignorei, novamente. Cheguei perto, ele estava sentado numa escadaria de acesso. Apenas oi e saiu na frente, seguido por mim. A ficha foi caindo. Cadê o boy? Amadahh, não pode ser. A perninha era tão fina...ele tão baixinho e miúdo, que nem tinha como fazer referência ao moço das fotos. Era ele. O rosto era igual. Eu estava puto e nervoso.

Subimos. Mudos. Ao entrar no apartamento, fui questionado: " Tem cartão de crédito"? Amado, oi? Não está aqui, meus 300 reais de limite acabaram. [ Beijo,Diego]
"É que eu queria comprar um ingresso". Entendi, amado, mas hoje não, Faro!
Eu temia ser roubado, mas ele estava sozinho e era tão calmo, tão vulnerável. Me conduziu ao quarto e lá chegando, apenas puxou uns cobertores, lençois, deixando a cama livre. Eu estava broxa. Deitamos um ao lado do outro. Os dois estavam broxas. 
Ficamos pelados. Começou a se masturbar e sim, o pau era bom, mas estava longe de ser aquele das fotos. Não ficava duro. Pegou uma camisinha e...Amadoh, chupar pirulito da Cicety com plástico? para...Para que ja ta feio. Algo me disse: Pule essa parte, não conhece o boy mesmo e se ele quer se  e te proteger, acabe logo com isso. Mas acabara de chegar. Eu continuava broxa. Pegada zero, aquele garoto. Péssimo de cama! Eu estava bravo e quando eu fico nervoso, começo a passar a mão na testa, sinal de que mentalmente, me pergunto: " que porra estou fazendo?".
Mantive a calma que quase não tinha mais: Deita aqui, vou sentar nisso, agora. Caiu. Pega, bate. Subiu. Se ajeita e tenta. Caiu. Que droga de sobe e desce daquela rola. O caos!
" Me pega de 4, usa essa rola, garoto, eiiii, sou vagabunda, vim da o cu"
Pegou. Bombou. Estava nervoso. Broxou. Tirou a camisinha. 
" Xii, vai bater palmas e falar que acabou". Deitou ao meu lado de novo. Não resistiu. Pegou no meu pau, bateu, mamou. Vagabunda! Fiz pegar no meu cu enquanto me chupava. Gozei com ele mamando e batendo, com raiva, pois não estava na cama do hotel, no ar!
Levantei. Ele em segunda. Pensei em correr, mas sou honesta. antes de sair do quarto, pus a mão no bolso e deixei o dinheiro numa estante. Pedi papel, pra limpar a mão. 

O seu ódio vai ficar gravado,
Num papel de pão;
Posso lavar a mão?
Não repare, não tem sabão!

Garoto, acabamos de fazer sabão, agora você pode usar.
Beijo.
Desci e ainda no elevador, exclui o contato.

MK




10 comentários:

  1. Aí, que triste. Lembrei da minha primeira broxada. conheci ele no chat uol. pensei que era ativo, mas chegando la virou o bumbum. o garoto gemia feito uma gazela...

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  2. Nossa, me vi nesse relato... duas vezes consecutivas pra nunca mais.

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    1. Ta vendo? Aí está um motivo pelos quais eu compartilho esses acontecimentos. Quem lê pode imaginar: Nossa, a bicha tem coragem de escrever isso?
      Não sejamos inocentes a ponto de imaginar que as pessoas acham que todos nossos encontros são maravilhosos...
      2 consecutivas? Nem um tempo você se deu? kkk

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    2. Pior que houve uma distância de uma semana entre um e outro. O primeiro, um policial civil, casado, alemão... estranhei ele já chegar de rola dura... perguntou se podia bater pra mim e, resumindo, gozou comigo brincando na portinha.

      O segundo um mano de periferia, 19 aninhos, olhos verdes, cheio de tattoos. Já broxei quando ele perguntou se eu tinha vídeo de travesti.... pior quando ele me pediu pra lamber o cu dele... o resto é história.

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    3. Kkkkk
      Bicha, os seus xaxos são mais trágicos.

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    4. é eu já passei por esses inconvenientes também...hoje eu sou mais cauteloso...

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  3. Lembrei que cerca de 3 dias depois, aconteceu de novo...Ainda vou contar. A situação foi diferente, mas essencialmente a mesma coisa. Eu estava prestes a desistir da cidade, quando encontrei meu príncipe cadelizador.

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  4. Menina, por mais nojento que é, naquela cabine do Cine Paris conheci dois que viraram meus fixos. D. e W. Sabem foder como machos, um deles eu conheci o filho. Já me meti nessas furadas de sair com boy e no fim é bicha. Ódio, né não?

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  5. vinhaduu
    Cine Paris é da Ipiranga? kkk
    Não julgo. Ainda vai conhecer os parentes!!
    ja contei de um boy que me virou do avesso e na semana seguinte, pediu revanche, mas ele que se virou do avesso. Ia pedir pra gozar na boca do puto, mas não deu tempo, ele ja estava de joelhos. Sofro!

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