domingo, 28 de novembro de 2021

 A TODA PODEROSA DA SAUNA


Eu estava sozinho. Na sauna, uns 20 boys revezavam entre subir e descer as escadas, encostar nas paredes, ocupar as cadeiras de alguns "clientes" e claro, exibir os dotes para quem quisesse admirar ( e usar).

Próximo de onde eu estava, um colaborador começou a colocar em uma mesa, um baldinho de cervejas, envolvidas numa generosa porção de gelo! Poucos minutos depois, uma bee, sem se importar ou sem se dar conta, puxou uma cadeira da mesa e se acomodou. Na sauna, a rotina seguia, alheia aos acontecimentos individuais, que moldam toda uma forma de ser e de comportamento de algumas pessoas, que passa sem ser notada pelo grande público ( ou até mesmo por quem os pratica).

A rainha chegou, discreta. Suas vestes eram básicas, assim como ela. Não deve gostar de ostentar, mas confesso que esse detalhe me deixou confuso. Pensei que talvez a sua forma de ostentação seja específica. Vou me ater aos aspectos concretos. Fora notada apenas quando sugeriu que a ocupante da mesa estava em lugar inadequado, a autorizando a permanecer sentada ali, caso fosse sua vontade, mas que a mesa lhe fora reservada.

Morta!

A intrusa  refutou a autorização de permanência e discretamente, dirigiu-se a outra mesa. Ao lado, eu apenas observava e planejava ir verificar se tinha boy pelado e excitado nos 2x2,5 metros de sauna seca. A preguiça de tirar a roupa só não era maior que minha vontade de continuar assistindo ao espetáculo que se iniciara naquele momento. 

Assim que levantei para sair, a yag do baldinho quis saber se eu voltaria. Minha resposta não poderia ser melhor: " Sim, gatinho, mas você pode ficar na minha mesa, passa seu baldinho pra cá, volto em 5 minutos". E assim o fiz. Lá estava ela acomodada no meu lugar, pois sua mesa ficava na passagem e ela queria ficar mais isolada ( fiquei confuso novamente). Me apresentei com um nome fake e tratei de fazer a sociável falsa.

Close errado

Como quem procurava alguém, a bee começou a erguer o pescoço de maneira indiscreta. Logo avistou o " marido"...Enquanto tentava me explicar quem era o tal marido, justificava o balde de cerveja. Não era pra ostentar para os boys e fazer com que eles a escolhessem para bancá-los, era apenas uma questão de logística, para não ter que chamar o belo barman, apesar de chamá-lo a cada 5 minutos para colocar mais gelo no balde.

Sem ser perguntada, a gay foi justificando que sempre reserva a mesa e que as outras yag a acham metida e sentem recalque porque ela sempre "fica" com os melhores boys. Disse também não ter culpa se os boys a preferem e que são eles que geralmente imploram pra sentar com ela. Quando tentei dizer que compreendia algumas coisas e outras me deixavam confuso, o boy enfim chegou e assumiu seu lugar. Novinho, tatuado, magro e usando boné. 

Ela tomou o celular que estava na mão do boy e disse que queria saber com quem ele estava falando no whatsapp. quando foi interrompida pela indagação do boy sobre um tênis prometido.

A essa altura, muitas bichas já dedicavam maior atenção à nossa mesa, mais que o natural. A poderosa é expressiva, gesticula, faz questão de ser notada, acena pra pessoas no entorno. O boy estava instalado. Volta e meia aparecia uma bicha e perguntava qual o segredo para ela fisgar sempre os boys "mais gatinhos" da sauna e deixá-los ali,  Ela ria, satisfeita e dizia não compreender, pois são eles que "grudam" nela. 

De tempo em tempo, entre um copo de cerveja e um pedido de lanche, ela segurava a cabeça do boy e tascava-lhe um beijo na boca. Às vezes demorado, outras vezes o boy interrompia. Todos olhavam, parecendo saber a reação que a nossa divina esperava que tivessem.

A fura-olho?

A rainha saiu e finalmente nos deixou a sós. Em uma breve conversa, ficou claro que "é melhor um pássaro na mão do que dois voando".

O boy me explicou que não é razoável ficar na sauna sem fazer PG, sem comer e beber e no final, como quase sempre, "sair zerado". Fazer companhia, nem sempre é transar, mas sim uma garantia que ao final o acué estará na mão e a comida na barriga. Pra que se esforçar, ne?

A essa altura, eu ja estava com tesão no demônio, mas não podia tirar a diversão daquela necessitada de exposição. O boy me disse que dava pra gente sair, pois não transaria com a poderosa. Me disse ainda que estaria na sauna dois dias depois daquele. A bee voltou e enquanto o boy dava atenção para uns conhecidos que pareciam se interessar, eu decidi tecer elogios à rainha, por ser tão generosa com os boys e por nem se importar que as vias de fato não aconteçam. Ela me disse que com aquele, ficava só nos beijos, pois ela é ativa e o boy também. Aham, sei!

Voltei pra ver o boy? Claro que não, né?


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