SAINDO DO STAND BY
Acordei na manhã do dia seguinte e por volta das 10 fui na praia, no mesmo ponto que conheci o vendedor. Eu estava sozinho. Fui pra uma parte com pedras, um pouco afastada, mas com uma boa visualização de todo o entorno. Alguns cafuçus fumavam nas pedras. Entrei no mar e enrolei ali por uns bons minutos. Saio do mar e avisto, um pouco à frente, o vendedor com seu material de trabalho. Eu estava no alto e ele andando na areia. Me fiz ser notado. Olhei em sua direção mas não saí de onde eu estava. Ele sentou em uma cadeira e ocupou um guarda-sol que estava vazio. Começou a mexer no celular. Eu fiquei estático e um estalo me fez ir até lá. Na cabeça, apenas passar para ser visto. Eu realmente achava que o entorno da rodoviária fazia parte de um plano para derrubar uma gay sedenta. Quando cheguei perto, ele me olhou e antes que dissesse qualquer coisa, eu tomei a iniciativa: " Olha ele, o que está me enrolando"! Nos cumprimentamos com as mãos e sentei ao seu lado. " Eu te vi ali, mas você não mandou mais mensagem, achei que você tinha desistido". Conversamos sobre a cidade, sobre a praia, sobre seu trabalho e sem perda de tempo, perguntei o motivo de ter que ser na rodoviária. Ele me explicou que é por ser perto de onde ele mora e por conhecer alguns hoteis que dá pra ficar "de boa". Mas podemos ver algo aqui por perto, então, pra ficar mais perto pra você - Sugeriu. " A gente acha no Google". "Tenho que ir na auto escola, em Brotas, perto de casa mesmo." Concluiu dizendo que não era nada demorado e que umas 16 já estaria livre. Meu c.(corpo) tremia, numa mistura de dúvida e desejo. Ele disse que quando saísse da autoescola me mandaria mensagem. Fui pro calçadão. O calor era infernal. parei para me refrescar com uma água de coco, no calçadão. Meus olhos iam me conduzindo e me vi parado, enquanto chupava o canudo, de olhos duros nas coxas de um cafuçu delicioso que pedia um copo descartável ao cara dos cocos, para misturar um produto e descolorir os pelos das pernas. Ele estava com as pernas do short erguidas até onde era possível e em sua volta, outros boys faziam barulho e soltavam piadas. O coco ja havia chegado ao fim e eu ainda estava com o canudo na boca, perdido nas coxas do boy, quando fui interrompido por ele, em tom amistoso:
" Pra você que está olhando minhas coxas sem parar, pode admirar...espere eu passar o veneno..."
Enquanto falava, batia nas coxas e as exibia aos boys da rodinha, ao mesmo tempo que me atiçava.
" Eu nem estava olhando, to vendo agora de tanto que você chamou a minha atenção". " Você foi o que mais admirou. Ate o canudo está sugando sem ter mais água no coco" ( maldito)...Me perguntava se eu não tinha alguma coisa pra ele usar como luvas. O grupinho se desfez e ele já estava mais perto de mim. Antes que eu pudesse dizer algo, chega um boy mais delicioso ainda e ele fala: " E aí, pai, você sumiu.." A resposta do boy foi assim:
" Você não sabe um esquema aqui pra desbloquear celular?...Acabei de trombar um viadinho ali no calçadão, no Farol...Um Motorola novinho, zerado....Eu só cosnegui metade das instruções do mapa da criminalidade, pois minhas pernas começaram a ficar bambas e fui saindo de costas como um caranguejo, lembrando que meu celular comprado dias antes de embarcar estava no bolso. Fui almoçar.
Um boy que vendia miçangas perto do Farol tentava vender algo pra uma dupla de moças. Sem sucesso. Além de almoçar, minha intenção, na ocasião era achar um hotel para ir ter com o vendedor horas mais tarde. Não pensei duas vezes. Passei perto do Fred e ele me abordou. Expliquei que não queria os adereços, mas se teria liberdade para fazer uma pergunta um tanto ousada. Prontamente me deu garantias de que eu podia perguntar o que quisesse.
" Me fala uma coisa. Digamos que eu encontre uma pessoa para transar, andando de boa por aqui...você saberia me dizer onde posso conferir o que o baiano tem"?
Ganhei o boy, mas perderia por pura ansiedade de atender o da praia. Me disse que não conhecia e, olhando em meus olhos, segurando em minha mão, ja me marcava com uma fitinha recordação.
Olha, sua cara me diz que você é uma pimentinha e bem quente. Então, vou te dar esse colar de pimentinha. Falava isso enquanto me olhava firme e colocava o colar em meu pescoço. Eu estava louca de desejo por ele. 27 Anos, com aparência de uns 24 e um corpo básico, bastante queimado pelo Sol. Fred era belo de um jeito simples. Me disse que ali, não conhecia nenhum lugar, pois só conhecia esses hoteis perto de onde morava. Falou do "projeto" para o qual vende os adereços e enquanto tentava me vender uns colares que segundo ele, eram de prata, perguntava coisas sobre mim. Onde estava hospedado e até quando ficaria. Eu estava encantado por aquele olhar fixo e lábios corados, próximos a mim. O calor do sol era insuportável e ele ali, na tentativa de me convencer. Falou algumas sacanagens e disse que se eu quisesse, mais tarde, ele até me ajudaria a achar um local assim e que poderíamos tomar uma gelada para então, depois, ele me mostrar o calor e o tempero e a receptividade do baiano. Menti que estava sem cartão. Ele me questionou como então, eu ia pagar o hotel que estava a procurar. Expliquei que não seria pro mesmo instante. Apelou para o pix e eu para a ausência de celular. Sugeriu ir até o hotel, comigo. Escapei dizendo que não podia ir estranhos no hotel. Prometi passar no dia seguinte. Ele disse que não estaria. (e não estava, que fui ver). Prometi voltar mais tarde e ele disse que todos dizem isso mas nunca voltam. Parti com o cu em chamas e o coração apertado. Fred seguiria em minha mente pelos dias seguintes.
Foto ilustrativa, apenas
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